terça-feira, 10 de outubro de 2017

Animais e as crianças: profissionais avaliam importância do convívio

Animais e as crianças: profissionais avaliam importância do convívio



O mito de que bebês e animais de estimação não podem conviver já caiu por terra há algum tempo. Especialistas, inclusive, indicam que as crianças tenham contato com bichinhos de uma forma segura. É uma maneira de criar laços afetivos e, até mesmo, melhorar a sociabilidade. A Sociedade Brasileira de Pediatria considera que a posse responsável dos animais pode ser muito positiva para a criança, inclusive ajudando em processos terapêuticos.

A terapeuta Babi Einsfeld, 40 anos, é mãe de Otto, de três, e tutora de três gatos e um cachorro. O menino convive com os pets desde o nascimento. E, no condomínio onde moram, em Florianópolis, tem até um cavalo, com o qual ele também está acostumado.

Para a mãe, dividir o espaço com bichinhos de estimação só tem ajudado. Otto é especial e tem um problema degenerativo, cujo sintoma é a ataxia cerebelar, ou seja, dificuldade em coordenar os movimentos do corpo. Ela conta que os animais “entendem” que muitas vezes os carinhos são mais intensos e acabam pedindo ajuda dela. Babi garante que nenhum deles nunca o machucou, ainda assim, sempre está atenta. Tanto que os cuidados são mais para evitar que o menino, na empolgação, acabe machucando os pets.

– Percebi que os animais ajudam o Otto a ser mais amável e a se sociabilizar. Se eu brigo com algum deles, o Otto chora, ele sente muito carinho pelos bichinhos – conta.

Antes e pouco depois de Otto nascer, um dos gatos, Yago, percebeu a mudança e passou por algumas crises de estresse, nas quais, ele arrancava os próprios pelos. Em busca de diagnóstico, pensou que se tratava de um problema de pele. Meses depois, após uma série de tratamentos, com ajuda de uma veterinária, Babi procurou um especialista em comportamento animal que a orientou sobre algumas mudanças que poderiam ser feitas na casa.

– Depois da visita do veterinário, instalamos prateleiras e observamos o que acalmava o Yago. Após iniciarmos tratamento, recebemos a indicação de procurar um veterinário comportamental – explica Babi.

Hoje, Otto e Yago convivem bem e dormem juntos, assim como o restante da família. Babi conta que continua cortando regularmente as unhas dos gatos e dá banhos semanalmente no cachorro. A paixão da família por animais é tanta que o gatinho Nando foi adotado para fazer companhia a Otto, pois Yago já está velhinho e quase não aguenta o pique do pequeno.

Gabriela Althoff, que trabalha com mídias digitais e planejamento de eventos na capital catarinense, está no terceiro mês de gravidez. Aos 29 anos, espera o primeiro filho e já está preparando os dois gatos para a chegada do bebê. A família planeja mudar de apartamento e Gabriela acredita que a adaptação será mais fácil, pois os animais estarão em um ambiente novo.
– Quando posso, deixo eles dormirem fora do quarto para que não associem essa mudança à chegada do bebê, que deve dormir comigo no quarto no início – considera Gabriela.

Cuidados

A médica pediatra Rosamaria Medeiros e Silva, vice-presidente da Sociedade Catarinense de Pediatria, recomenda a interação entre bebês e animais domésticos de uma forma saudável e segura. Para ela, pode ser um vínculo afetivo importante para o desenvolvimento da criança, desde que sejam tomados alguns cuidados.

– Evite contato direto dos bebês com os animais. É importante manter uma distância segura, sempre com vigilância de um adulto, para evitar riscos de lambeduras, mordeduras, arranhaduras e infecções – explica a médica.

É importante tomar cuidado no contato dos pets com objetos do bebê, que devem ser higienizados. A limpeza da casa também é necessária para evitar contaminação da criança com pelos e fezes, por exemplo.

E a sua opinião? Você acha importante este convívio?

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